sábado, 16 de fevereiro de 2013

continuação parte 16

ANTERIORMENTE...

- Filha, existem muitas coisas que você não sabe sobre a sua família.
- Como assim?
- Vem comigo. - entramos e seguimos até o sótão. O que será que eu ainda não sabia sobre minha família.



-  Seu pai recebeu uma carta anonima um pouco antes de eu partir.
- E o que dizia a carta?
- Que eu traia ele , mas não qualquer traição, lá dizia que eu saia com outra mulher.
- E saía?
- Não, nem com homem muito menos mulher. Eu amo seu pai, mas ele não acredito, pois tinha algumas fotos comprometedoras.
- Que tipo de fotos?
- Eu uma moça me abraçando, pegando na minha mão.
- Que moça?
- Uma colega de palco. Ela me paquerava sim, mas nunca tive nada com ela. Se não acreditar em mim tudo bem vou entender. - abaixou a cabeça e eu vi uma lágrima escorrer. - Sabe, é difícil você amar sua família e umas fotos mentirosas estragarem tudo. - peguei sua mão.
- Mãe, continua, eu  estou aqui pra te entender.
- Bom, seu pai começou a desconfiar da minha música. E então começamos a brigar muito, e um dia ele não aguentou e pediu para que eu fosse embora...Eu não quis ir, mas ele me ameaçou disse que contaria a você sua irmã que eu era lésbica. Eu não podia confundir a cabeça de vocês, então achei melhor ir embora. Senti muita falta de todos aqui. Fiz por vocês, não pela música.
- E como minha irmã sabia?
- A Valéria foi até a capital me ver, ela tinha encontrado as tais fotos, e a carta. Ela não acreditou em mim, porém disse que tudo bem se eu fosse lésbica, que o importante era que eu  parasse de magoa ela e você com a distancia. Só que não tive coragem de te contar.
- Por que ela não me contou?
- Não sei. Valéria foi atrás da moça. - olhei esperando que ela continuasse. - A moça confirmou tudo e disse que eramos apaixonadas.
- Por que ela fez isso?
- Porque eu não a quis. - ficamos em silêncio por um tempo. - Sua irmã me contou que estava namorando o Ben, e que não o amava, mas que ele não era pra você.
- Ela disse isso?
- Ela queria ser como você, te amava muito, disse também que eu devia voltar porque você sentia muita minha falta.E quando perguntei se ela também não sentia, ela me respondeu que sim, mas que você sofria mais e que ela não aguentava te ver chorar todas as vezes que voltava da Melissa depois de um jantar em família.
- Não consigo entender.
- O que?
- Se queria me proteger porque me afastou do cara que eu gosto? E por que... - não pude continuar, não era eu quem chorava a falta da minha mãe, era a Valéria.
- Não sei dizer. Talvez ela não soubesse demonstrar tanto o que sentia por você. - recebi um sms: " Agora sabe a verdade sobre a Dona Vitória." - Quem é?
- É  Melissa. - menti.
- Olha. - minha mãe pegou um caderninho na mão. - Parece um diário... - quando ia abrir peguei de sua mão.
- É meu. - achei logo que era o meu pelo "V" na capa.
- Bom, agora já sabe. Espero que me perdoe por ter ido embora, mas agora não vou a lugar nenhum, tenho que enfrentar os problemas.
- Que bom que está aqui pra ficar. O papai e eu precisamos de você. - ia saindo quando virei. - Você ainda o ama?
- Da mesma forma de sempre.
- Lute por ele. Tenho certeza que ele também não te esqueceu.

Saí do porão e logo abri o diário.


 " Querido diário, é assim que se começa, não é? Bom, já que a valentina tem um também sou capaz de ter. Hoje o dia não foi legal, meu pai não presta atenção em mim, somente na Valentina, o que será que ela tem que eu não, notas boas? Grande coisa! Não, não é isso, a verdade é que ela é como minha mãe, e acho que ele tem medo que ela se torne lésbica como a Dona Vitória. Talvez seja por isso que presta tanta atenção nela. Ben é outro que só tem olhos pra minha clone! Que raiva dela! Todos gostam dela sem que ela faça nada, e por que de mim não? Sou muito melhor que ela. Bom, a única que me ajuda a passar por esses dias ruins é a Louise, porém ela é muito certinha, vive me criticando por que falo mal da Valentina. às vezes tenho vontade de sumir só pra saber quem sentiria minha falta de verdade, e talvez assim minha irmã começaria a se sentir como eu..."

O celular começou a tocar.
- Alô. Alô? Quem ta aí? - odeio trotes. Desligaram na minha cara sem dizer nada. Então voltou a tocar. - Alô. Olha quem é que está brincando comigo? 
- Menina na porta em sua cadeira de rodas ficava...
- Valéria? - desligaram novamente, e fiquei tensa, mas tocou novamente. - Alô.
- Valentina?
- Louise?
- Oi, estou te ligando pra saber como está.
- Bem, por quê?
- É que fiquei me sentindo mal por ter te contado tudo que sua irmã falava de você.
- Relaxa, você fez o que devia fazer.
- A Valéria sabia muito sobre mim e sobre você. Isso me dá medo.Você acha que ela está viva?
- Não sei. E você?
- Não sei também, queria que sim.
- Mesmo com as chantagens?
- Sim. Sinto falta dela, sei que ela era meio malvada, mas era minha amiga. E eu me sinto muito sozinha. Como ela mesmo dizia sem ela não sou nada.
- Ei, não fale assim.
- Fala isso por que tem a Melissa.
- Não tenho mais.
- Não são amigas?
- Não mais.
- Por quê?
- Benjamin.
- Ah, sinto muito.
- Tudo bem.
- Que estranho.
- O que?
- Nós conversando.
- É.
-Você é muito boa de coração, já lhe disse tantas coisas horríveis e você querendo me fazer sentir bem.
- No fundo você é boa também.
- Obrigada... Bom, boa noite.
- Boa noite. - desligamos.

No dia seguinte...

- Sua mãe então não abandonou vocês?
- Não.
- Isso é bom, linda.
- É, mas seria melhor se meu pai acreditasse nela.
- É só conseguirmos provar.
- Como?
- Não sei, procurando a tal moça, talvez.
- É, talvez isso ajude.
- Falou com a Melissa?
- Não.
- Bom dia, galera! Hoje tenho uma novidade pra classe. - a professora, minha mãe entrou falando.
- Novidade? - mel perguntou.
- Sim. Vamos apresentar uma peça. Todos vão trabalhar nela, alguns nos bastidores outros como atores.
- Adoro teatro, qual a história? - Melissa se animou.
- Pensei em escolhermos juntos, tenho algumas sugestões. Conto de fadas, literatura inglesa, ou literatura brasileira, o que preferem?
- Qual história pra cada aspecto? - perguntei.
- Cinderela, Romeu e Julieta, ou Dom casmurro. Qual prefere, valentina?
- Romeu e Julieta.
- Prefiro Cinderela  professora. - Mel disse me olhando com um sorriso no rosto por estar descordando de mim.
- Bom, vocês podem votar, no fim do horário iremos fazer os teste para os personagens principais.
Minha mãe falou sobre teatro, sobre musica, sobre instrumentos, e no fim da aula depois de todos votarem na pauta ela deu o veredito sobre que peça seria.
- Cinderela. Até o fim do período. - saiu.
- Eu serei o príncipe. - Ben falou.
- O príncipe mais gato de todos.
- Vai ser minha Cinderela?
- Não, gosto mais dos bastidores.
- Serei sua Cinderela, Benjamin. - Melissa falou audaciosa. -  Até o fim do período,  gato. - saiu.
- O que ela quer? - esbravejei.
- Te infernizar. 
- Quer saber, eu serei a sua Cinderela.
- Sério? - ele sorriu.
- Sem piadinhas. - ele riu e me beijou.



      CONTINUA.....

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