Kaio entra na sala de aula, Kate nota que Sam não veio com ele, por um momento se sente culpada e Mari percebe.
- Tudo bem, amiga?
- Acho que sou uma pessoa má.
- Como assim, guria?
- Falei um monte de besteira pra Sam.
- O que foi que você falou?
- Que eu e o Pedro iamos transar, que rimos da cena rídicula dela... - conta e se sente ainda mais culpada.
- E vocês vão?
- Não, quer dizer acho que não. Ah, É cedo pra saber. - as duas se olham pensativas, até que Mari volta a falar.
- Caraca!Ela é apaixonada nele desde a educação infantil praticamente, não precisava ser tão cruel. Kate, você já está namorando o Pedro, deixasse a menina sofrer em paz.
- Ain, eu sei... Mas é que eu vejo ela e o ciúmes cresce aqui no peito e não me controlo. - Mari dá risada.
- Desculpa. - cobre a boca com a mão. - Mas me fala, por que tanto ciúmes da Sam?
- Ela é linda, loira, inteligente, melhor amiga dele, é sensata...
- Ok, ok, já entendi, você quem está apaixonada pela Sam. - zoa a amiga que lhe dá um tapinha, mas ri junto.
- Sua sem graça!
- Sério agora. Tem que relaxar, e deixar a Sam em paz, ela não vai tentar mais nada, agora vocês são namorados, antes ela queria tentar qualquer coisa pra não perder o garoto que ela é apaixonada a vida toda praticamente.
- É, eu acho que eu fui ainda mais ruim, e ela não merecia.
- Mais ruim?
- Deixa quieto, melhor.
- Agora me fala, né!. - a professora chama a atenção das duas por estarem conversando e Kate é salva pelo gongo.
Depois da aula Kaio vai até os Cohen saber porque Samantha foi embora.
- Pijama, sério?
- Pra que roupa se vou passar o dia todo na cama?
- Que depressão meu Deus! - ele levanta as mãos pro alto e ela sorri sentando-se na cama.
- Melhor eu ficar por aqui por um tempo, ou talvez pra sempre.
- Sempre? Vai ficar burra? - ele senta na poltrona grande e azul da amiga.
- Talvez eu mude de escola.
- Pra qual? Aqui só tem uma, esqueceu?
- Mudo de cidade?
- Jura que vai fugir? - os dois ficam em silêncio se olhando até que ele corta o clima depressivo. - Por que foi embora da escola?
- Nada não.
- Como nada não? Me fala.
- Esquece.- ela deita na cama evitando olhá-lo.
- Quem mecheu com você? Fala.
- Já passou, estou bem. - cobre o rosto com o cobertor.
- Se não me contar quem foi, vou contar pra sua mãe que não tem ido na escola. - ela levanta-se sentando na cama novamente.
- Foi a Kate. Me disse que o Pedro e ela riram de mim, que ele me vê como uma irmãzinha. Que até o Matheus partiu pra outra e eu sobrei. Que ela e o Pê vão namorar de forma mais intensa hoje, e tipo, ele era meu melhor amigo, e eles fazerem amor significa muito.
- Por quê? Ele é homem. - dá de ombros.
- Ele é virgem, sempre disse esperar por uma pessoa muito especial, os meninos zoavam até, mas eu achava fofo. - suspira apaixonada e Kaio revira os olhos.
- Minha irmã é uma verdadeira idiota.
- Uma idiota que diz a verdade. - se cobre novamente deitando. - Não posso nunca mais voltar pra escola e ver ela com o Daves sabendo que ela é a garota que ele idealizava pra... Enfim, não serei eu.
- Ele nem é tudo isso, véi. - ela fica em silêncio por um tempo, até que levanta caminha até o amigo e pergunta.
- Kaio, o que sentiu quando me robou um beijo?
- Ah, como assim? - ele fica corado e envergonhado.
- Ah, você beija bem, mas meu coração não acelerou, foi só bom, nada de sentimental.
- Acho que pra mim também foi assim.
- Somos só amigos, nada além disso, né?
- Acho que sim. Como foi com o Pedro?
- AH, foi muito rápido, mas meu corpo gelou por inteiro, o coração quase saiu pela boca. Eu daria qualquer coisa pra beijá-lo de novo.
- Oxi! - ele ri e ela o acompanha.
- Obrigada.
- Pelo que? - ele arqueia a sobrancelha direita em dúvida.
- Por ser um bom amigo pra mim.
- Não precisa agradecer, sua mocreia linda. - aperta as bochechas dela.
- Mocreia linda? - ela cai na gargalhada.
- Não pode?
- Sei lá... - ela sorri e volta pra cama.
- Cama não!
- Cama sim, ela é minha melhor amiga.
- Mais que eu?
- Mais que você, sorry!
- Posso saber por quê?
- Por que estou triste. A Kate tem razão o Pedro tem dó de mim porque sou uma orfãzinha de pai.
- A Kate não sabe de nada.
A noite na casa dos James....
- Cadê sua mãe?
- Foi viajar. - Kate responde Pedro sentando-se no sofá branco como neve da sala.
- Quando vai me apresentar oficialmente pra ela?
- Logo, prometo. - levanta e beija os lábios dele vagarosamente.
- Ok. - ele puxa ela pra se sentar no sofá voltando a beijá-lo.
- Vamos aproveitar enquanto somos só nós dois.
- Já ouvi essas palavras em algum lugar? - ele brinca lembrando de quando disse isso pra ela.
- Aprendi com o melhor. - ela pisca e beija o pescoço dele.
- Você é impossível, sabia?
- Eu? Por quê? - ri e ele sorri, mas antes que pudesse responder Kaio entra na sala furioso.
- Sua louca! Qual o seu problema?
- Do que está falando? - Kate se levanta assustada, Pedro só observa.
- Por que foi contar pra Sam sobre sua transa ou futura transa, sei lá, com o Pedro.
- What? - Pedro praticamente cospe as palavras.
- Essa idiota, falou isso pra Sam, além de chamá-la de orfã de pai, e dizer que o Matheus também não a quer.
- Ela foi te fofocar? - Kate tenta inverter os papéis.
- Não! Eu forcei ela me contar o por que não ficou na escola hoje.
- Ela foi embora por sua causa, Kate? - Pedro começa a ficar indignado.
- Eu não sei porque fez isso, mas se fizer de novo eu juro que vai ter consequências.
- Vai mesmo ficar do lado dela ao invés do meu que sou sua irmã?
- Não ficarei do seu lado enquanto continuar cruela! - sobe as escadas bravíssimo, ela olha pra Pedro que demonstra também estar bravo.
- Por que fez isso?
- Ué, vamos mesmo transar um dia.
- Eu sou virgem. E sempre disse que seria com alguém que eu tivesse algo muito sério, e mesmo que fosse você eu jamais esfregaria na cara da minha melhor amiga que é apaixonada por mim.
- Por quê? Quer poder namorar com ela depois?
- Para de viajar!
- Por que se importa?
- Por quê? Você quer mesmo saber? - fala mais alto nervoso.
- Quero. - ela faz pôse de ofendida.
- Quando eu tinha cinco anos e minha mãe fugiu pra ser modelo, ela me abandonou na frente do serviço do meu pai dizendo que só ia estacionar o carro e voltava, nunca mais voltou. Na cidade eu era conhecido como a criança que nem a mãe gostava, todos me zoavam, sabe quem fez amizade comigo e passou a me proteger? A Sam e o Danilo. Quando meu pai estava depressivo e não sai da cama, quem me buscava pra jantar era os Cohen. Então por tudo isso que ela e a família dela fez por mim que me importo de magoa-los, e mesmo que não, jamais sairia por aí magoando qualquer um a torto e a direita. Não acredito que você seja esse tipo de pessoa.
- O que quer dizer com isso? - fala baixinho e muito triste.
- Não sei se fiz a escolha certa ao enfrentar tudo pra estar contigo.
- Está terminando comigo? - ela aumenta o tom de voz brava. - Vai logo atrás dela então, você nunca fica do meu lado mesmo. Você ficou do lado dela no teste das líderes , e... - ele a interrompe.
- O sonho dela sempre foi ser líder, o pai dela sempre dizia que achava lindo ela querer ser como a mãe, e ela pedeu o teste no primeiro ano do ensino médio. Por que o pai dela foi para o hospital no dia do teste, e morreu algumas horas depois. Ela não conseguiu prestar no meio do ano, não queria perder mais alguma coisa que lembrasse o pai dela. Ela precisava mais de mim do que você.
- Ela sempre precisa. - começa a chorar. - Só por que o pai dela morreu, ela é a pobre coitada. Meu pai foi embora me abandonou e ninguém se importa.
- EU me importo. Mas você nunca quer falar disso, me exclui dessa parte da só vida. Só quer me beijar, mas me apresentar pra sua mãe, ou conversar sobre sua família eu não sirvo.
- Não é isso.
- Claro que é! Você queria tanto que estivessemos namorando, mas na minha vida você é minha namorada, na sua eu sou só um ficante.
- Sem drama!
- EU FAÇO DRAMA? - praticamente grita indignado. - Você que vive surtando por nada, eu estou sempre te mostrando o quanto eu gosto de você, mas de nada serve, vive com ciúmes da Sam, e pior, enlouquece e fala coisas absurdas pra menina.
- Eu surto? Você demorou uma eternidade pra oficializar esse namoro.
- Eternidade? - ele ri sarcasticamente. - três meses é uma eternidade? Pra mim já deu.
- Já deu?
- Estou indo embora. - ele sai pisando firme, ela se joga no sofá chorando ainda mais.
No dia seguinte, Kaio toca a campainha da casa de Sam, e Danilo abre.
- Kaio? O que faz aqui?
- Vim buscar sua irmã pra ir na escola.
- Será que consegue tirar ela da cama? - Samantha desce as escadas pronta pra escola.
- Vou com Kaio, então pode ir com o Pedro. - beija a bochecha do irmão e sai com ele a observando confuso.
- Está melhor? - Kaio perguntando enquanto caminham pra escola.
- Não, mas eu finjo bem.
- Tem que parar de fingir, e balançar a poeira de verdade.
- Prometo tentar, mas não garanto. - ele bagunça o cabelo dela de forma carinhosa.
- Vai fazer as pazes com a Mari?
- Não.
- Por quê?
- Ela me abandonou, não tenho uma conversa significativa com ela por dias.
- Vocês estavam brigada, né.
- Antes disso.
- Se diz. - ele dá de ombros. - E o Pedro?
- Ele me exclui do grupo de amigos dele. Eu estava devendo ele por ter me treinado pro teste da torcida, e me pediu pra não falar mais com ele, ou seja, só se ele vier falar comigo, e namorando a sua irmã eu duvido.
- Quer dizer que vai sentar comigo na aula?
- Não tenho outra escolha. A Larissa namorando o Matheus de novo, deve me querer beeeeem longe, então só sobrou você.
- Obrigado pela parte que me toca. - brinca e ela sorri, entram na escola e vão direto para sala de aula, passando pelo banco de sempre vendo os amigos todos lá, Kaio abana a mão em um cumprimento, mas não para.
Mais tarde na aula extra de poesia, teatro e canto a professora conta que tem outro trabalho em grupo pra eles...
- Dessa vez vocês vão montar peças pequenas sobre preconceito, eu vou sortear o tema e os integrantes do grupo. Serão trios, e a apresentação que for o melhor grupo vai terminar de montar a peça e apresentar para escola toda. Animados? - ela fala muito animada, mas os alunos a olham sem um pingo de animo. - O que vai gerar média dez nesse bimestre independente de todas as outras atividades que eu passar até o fim do bimestre. - pega dois potes um cheio de papéis com nomes dos alunos e outro com temas. - Primeiro grupo, Anthony, Kaio e Larissa. - os três se olham sem saber se era bom ou ruim. - Segundo, Mariana, Danilo e Kate. - esse já se olham cumplices. - Terceiro, Samantha, Pedro e Matheus. - nenhum dos três se olham, abaixam a cabeça frustrados e com medo do que seria esse grupo.
CONTINUA....
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