quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

- Não você está certo. Ela morreu não irá voltar.
Minha irmã gêmea adorava velejar, e eu gostava um pouco e na maioria das vezes ia com ela, mas dessa última vez não fui. Não fui e me sinto muito mal por isso, talvez se eu tivesse ido com ela nada teria acontecido.
- Você sente muito a falta dela, não é?
- Sinto. Fazíamos tudo juntas,... É como se uma parte de mim tivesse sido morta.
Valéria nasceu alguns poucos segundo antes de mim, por isso sempre dizia que era a mais velha e que precisava cuidar de mim, mas na realidade era sempre eu quem cuidava dela, isso porque a Val era amiga de todos, já eu... Quase não tinha amigos. Somos gêmeas univitelinas  pra quem não sabe isso significa que somos idênticas fisicamente.
- Também sinto muito a falta dela.
Ben era namorado da minha irmã, e meu melhor amigo. Nós dois agora sofríamos juntos a suposta morte de minha irmã, suposto porque o barco em que ela velejava naufragou à 3 meses e não encontraram seu corpo. Eu tinha esperanças que talvez ela tivesse sobrevivido, mas Ben tinha certeza de sua morte.
- Mas quem sabe ela não... - ele me interrompeu meio nervoso.
- Valentina! - me olhou como se me repreendesse. - Você viu como encontramos seu barco, os especialistas disseram que era impossível ela ter sobrevivido, e já fazem 3 meses.
- Por que não acredita que ela possa estar viva?
- Porque os fatos só mostram isso. Já dói demais não te-la mais comigo em minha vida, não preciso criar ilusões para sofrer ainda mais daqui alguns meses.
- Eu sinto que ela ainda vive. E nós duas sempre tivemos esses pressentimentos.
- Isso não é pressentimento ou intuição, isso é  o sentimento de não querer aceitar que ela se foi.
- Talvez tenha razão. - abaixei a cabeça.
- Aceite isso. - me abraçou. - Vamos fazer uma coisa, não iremos mais vir até aqui chorar todas as noites, ok?
- Está bem.
Íamos todas as noite até a cachoeira chorar a falta da minha irmã, acho que sentíamos que ali estaríamos mais perto dela, pois ali era seu lugar favorito no mundo. Ben Scott me levou para casa. Ele é alto, tem pele clara, cabelo escuro, sorriso bonito, olhos azuis, vocês devem pensar que todas as meninas do colégio são afim dele, não é? Mas não é assim, apesar de ser muito bonito ele era o tipo de garoto que estudava muito, pra dizer a verdade ele era muito parecido comigo, tinha tudo pra ser popular, mas era nerd demais. Vocês vão achar que sou muito metida por me achar bonita, mas é que isso eu puxei da minha irmã, porém ela era muito melhor que eu, sabia se arrumar, era líder de torcida, todos na escola a amavam, e eu? Era somente a irmã da Valéria.
- Fica bem. - beijou minha testa.
- Obrigada por me trazer em casa.
- Tudo bem. Até amanhã na escola.
- Não sei se vou.
- Você vai sim! Já faltou muito.
- Por que tem cuidado tanto de mim?
- Porque eu gosto de você. - ele falou naturalmente e eu o olhei meio sem entender. - Não abandonaria a minha eterna cunhadinha.
- Obrigada, conte sempre comigo também.
Não sei, mas por um momento queria que ele gostasse de mim como gostava da minha irmã. Não deveria estar querendo isso, ainda mais nessas condições. Me despedi beijando sua bochecha depois de meu pensamento ridículo de querer que ele gostasse de mim. Dormi como um anjo e no dia seguinte no colégio, assim que cheguei Melissa, minha melhor amiga, se aproximou muito aflita...

- O que foi, Mel?
- Não vai acreditar.
- O que foi?

                                                                                           CONTINUA.....

Nenhum comentário:

Postar um comentário