quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

AMIZADE, LANCE E ROMANCE! ( Parte 17) especial de natal

- Matheus! - Samantha fala assim que percebe que já é dia e estão em uma praça.
- Oi, que foi? - ele responde sonolento.
- Estamos atrasados. - ela se levanta preocupada vendo a hora no aparelho celular.
- Ok. Vamos - ele levanta-se caminhando até uma padaria do outro lado da rua, ela o acompanha.

      Enquanto isso, o jogo de basquete do colégio Whitney contra o colégio Toyota começa. Anthony é obrigado a jogar pelos amigos, e não se sai bem, os jogadores adversário empurram ele todo tempo, mal consegue passar a bola para Pedro ou Danilo, os meninos se sentem desesperados, o colégio Toyota tem uma pontuação maior durante o primeiro tempo, nada muito ruim, mas uns bons pontos a frente. Quando o primeiro tempo acaba...

- O que o Anthony estava fazendo jogando? - questiona em voz alta e Sam responde.
- Matheus, depois você pergunta, corre lá! - antes de se separarem, ele a olha nos olhos.
- Obrigado por tudo e desculpa.
- Não se desculpe, qualquer tempo ao seu lado é sempre muito divertido. - beija ele no rosto e se afasta correndo para o vestiario feminino. E ele fica alguns segundos antes de também ir para o vestiario só que masculino apreciando a atitude de carinho dela.

No vestiario masculino...

- Cara! Onde você estava? - Danilo fala aliviado ao ver o amigo se aproximando.
- Depois ele explica, vai se trocar! - Pedro fala firme, e os outros jogadores admiram a responsabilidade dele. Matheus se troca rapidamente, se organizam na fila novamente.
- Eu já vou.
- Onde vai, Anthony? - Pedro questiona.
- Bom, o Matheus já chegou então...
- Hoje você faz parte do time, mesmo que fique no banco agora merece estar com gente como vencedor ou segundo lugar. - sorri e o amigo concorda com um gesto de cabeça entrando na fila.

No vestiario feminino...

- Oi, meninas. - Samantha fala pondo o uniforme, e todas a olham curiosas.
- Você estava com quem? Onde?
- Kate, quantas perguntas! Deixa ela respirar. - Mari fala pra amiga. - Respirou? Agora conta pra gente, onde estava? Com quem? Dormiu com alguém?
- Oxe! - Sam ri da amiga e Kate também. - Estava em uma praça qualquer.
- Praça, isso não faz muito sentido. - Kate afirma e se aproxima da amiga, com Mari em seu alcance.
- Salvei o Matheus contem da Larissa, mas no perdemos ao voltarmos para o hotel.
- Você e o Matheus? - Mari questiona curiosa.
- Sim.
- E não rolou nada?
- Não, Kate. Não rolou nada, somos apenas amigos.
- Você e meu irmão também eram apenas bons amigos, e agora tem um relacionamento aberto.
- Eu vou te matar, Senhora Cohen! - Larissa se aproxima assim que a vê aos berros.
- Quer parar de gritar?
- Como pode ser tão irresponsável?
- Eu estava com problemas, mas já estou aqui, nossa competição é só depois do jogo dos meninos, então não precisa desse estresse todo.
- Ok, talvez tenha razão. - abaixa o volume da voz refletindo.

          Os whitney's ganham dos Toyota's de virada, por 3 pontos, com o lance de Matheus, e comemoram a vitória no meio da quadra abraçando as líderes de torcida. Depois iniciou-se o torneio das líderes, algumas apresentações, até que anunciaram as vencedoras, o colégio Toyota ficou em primeiro lugar e o whitney em segundo para a enorme frustração de Larissa.


- E aí, perdedoras! - Malva se aproxima botando banca.
- Não somos perdedoras, alcançamos o segundo lugar. - Sam se intromete, já que Larissa mal abre a boca.
- Mas também não são vencedoras como a gente! - Pedro vendo a possível confusão se aproxima.
- Meninas, vocês foram ótimas, mereciam o primeiro lugar.
- Pedro, acho que não viu nossa apresentação direito para estar  falando isso!
- Eu vi sim. Mas elas tem algo que vocês não tem, dom, e a prática vai deixa-lá invencíveis. - pisca para as amigas que sorriem, Malva bufa e se retira com seu time.
- Oi, Mari, posso falar com você? - os dois se afastam da galera e Danilo observa de longe. - Me passa seu telefone, gostaria de manter a amizade, foi muito bacana nossa noite.
- Também achei. - ele pega o celular e digita o número dela. - Agora preciso ir estão todos entrando no ônibus. - beija a bochecha dele e entra. Danilo encara Jason antes de entrar no ônibus logo atrás de Mari.

       O final de semana foi extremamente produtivo e divertido, os meninos venceram o campeonato, as meninas passaram para próxima fase do campeonato delas, mesmo tendo ficado em segundo lugar. Durante a viagem, Pedro e Sam conversaram sobre tudo, pois se sentaram juntos. Kate e Kaio passaram um tempinho de irmãos, Mari e Danilo se paqueraram no silêncio de olhares. Matheus consolou Larissa que acabou dormindo no colo do garoto. Anthony dividiu o assento com Júio, seu ex-namorado, no início com a guarda mais fechada, mas conforme foi ficando longe da cidadezinha do jogo, ele se rendeu e até se divertiu lembrando passado.
     Uma semana depois, chegou o dia da tão esperada apresentação dos teatros com temática de preconceitos, todos se apresentaram, cada um mostrando de forma bem aberta e tranquila os preconceitos impostos pela socidade. O grupo da homossexualidade, contaram a história de um casal de namorado que estavam de mão dadas na rua e foram ofendidos verbalmente; o grupo dos machismo cotaram a história de uma mulher com roupas curtas saindo de uma balada e sendo abordada por um homem que a assediava verbalmente e às vezes encostava nela, foi salva por um outro homem sensato que a defende; o grupo do rascismo, contaram a história de uma negra que namorava um branco e foram julgados quando ele a leva para sua família conhecer. Os teatros foram um verdadeiro sucesso, realmente impressionou a professora, no entanto o grupo escolhido para o baile de sábado a noite foi da homossexualidade.
- Nem acredito que ganhamos! - Larissa comenta com os dois.
-  Fomos incríveis! - Anthony afirma com um sorriso no rosto e Kaio ri.
- Verdade, agora é preparar mais história pra contar, pois iremos apresentar no dia seguinte do baile , né!
- O Kaio tem razão, vou começar a escrever!
- Oi. - Júlio se aproxima. - Vim te pegar para um sorvete depois da aula, topa?
- Claro! - Anthony responde animado, abana a mão para Lari e Kaio e sai com Júlio.
- Ei! Está tudo bem? - Lari percebe que James estava olhando para os dois de uma forma estranha.
- O que? Claro. - tenta disfarçar. - Vou procurar a Sam.
- Ok. -  ele se afasta caminhando até o outro lado do pátio onde Sam conversava com seu grupo.
- Eles foram ótimos mesmo.
- Fato! - Sam concorda com Pedro.
- Temos que deixar uma parte do estrelado para mais pessoas.
- Como assim, Lorde?
- Mileide, nossa banda vai tocar, então nada mais justo que os meninos realizarem a peça de teatro.
- Concordo plenamente, Daves. - Kaio sorri e Matheus faz o mesmo como se esse gesto significasse trégua. - Oi, Sam. - beija a bochecha dela. - Que tal um sorvete?
- Ah, eu combinei de voltar com o Pedro...
- Vai com ele, tranquilo.
- Mesmo?
- Claro. - beija o rosto dela, Matheus faz o mesmo e se retiram.
- Sam, você me acha estranho?
- Que tipo de pergunta é essa, menino? - ela ri, mas segura o riso quando vê o semblante dele sério.
- Nada, deixa pra lá. - desiste de questionar.
- Ei! Você não é estranho. Não importa se é diferente, porque ser diferente não é ser estranho. - acaricia as bochechas dele e ele sorri sentindo-se confortável.
- Obrigado.
- Pelo que? - ela estranha.
- Por ser minha melhor amiga.
- Sempre. - beija a bochecha dele e vão para sorveteria.

   Matheus, Pedro e Danilo vão para casa dos Cohen jogar vídeo game. Mari e Kate vão ao shopping fazer compras e encontram o senhor Mário e a senhora Raquel...

- Oi, mãe.
- Oi, filha. - a mãe cumprimenta tão sem graça quanto a filha.
- Já comeram, querem sentar com a gente?
- Obrigada, tio, mas já estavamos indo pra casa da Sam, combinamos de encontrá-la.
- AH, tudo bem, Mari. - se afastam.
- Cara, que bizarro! Será que está rolando algo entre eles?
- Parece, amiga. - Mari é sincera.
- O que será que vai significar pra mim e o Pedro?
- Não vamos nos desesperar, calma.
- Tem razão. Estudou para o teste de matemática amanhã?
- Sim, e você?
- Também, finalmente a última prova antes das férias.
- Nem me fale, e aí baile, natal e ano novo.


       Alguns dias se passaram, os meninos da banda procuravam uma vocalista mulher para cantar a música que Pedro escreveu para um dueto, e finalmente encontram, mas Pedro se sente desconfortável, pois Sam era a vocalista que cantaria com ele uma música romântica.

- Tem certeza que está tudo bem pra você?
- Sam, fica sussa! A fase ciumenta já passou. - Kate diz sincera pra amiga.
- Se está dizendo. - Mari se aproxima das duas interrompendo o assunto.
- Meninas! O que eu faço?
- Por quê?
- Seu irmão não me beija, não toma iniciativa, não chama para o baile.
- Calma, o Dan, é inseguro e tímido, já já ele te procura.
- Pode ser, mas o Jason não sai do meu pé, quer me levar ao baile... E eu não sei o que responder.
- Mari, com quem quer ir?
- Ain, Kate, claro que é com o Danilo. Mas, se  ele não chamar, não quero ir sozinha ao baile.
- Vamos nos preocupar com os nossos vestidos, depois você resolve essa história. - Sam afirma e as amigas concordam.

      Um dia antes do baile...

- Ficou muito bom. - Pedro fala assim que terminam de cantar.
- Ficou sim. - Sam concorda animada.
- Seu pai estaria orgulhoso de você.
- Valeu. - ela sorri sincera e ele a abraça, se soltam do abraço se encarando. - É...
- Eu... - gaguejam sem saber o que dizer, pois o silêncio de alguns segundos próximos os deixaram constrangidos.
- Como anda o namoro com a Kate?
- Bem, não temos brigado mais, na verdade temos nos dado muito bem.
- Que bom. - começa a guarda os equipamentos.
- E você e o Kaio?
- Na verdade, terminamos.
- O que? - a olha assustado.
- Percebemos que era só amizade.
- Mas está tudo certo?
- Está sim. Eu e ele decidimos juntos.
- Vai ao baile sozinha?
- Vou. - Matheus e Danilo entram na garagem.
- E aí! - os dois cumprimentam.
- Vou indo, bom ensaio, meninos. - Sam se despede e sai.
- Dan, você sabia que a Sam e o Kaio terminaram?
- Na verdade, sim.
- Ela vai sozinha ao baile.
- É.
- Ela não está chateada com isso?
- Acho que não.
- Por que está tão preocupado, primo? - Matheus se mete na conversa.
- Nada, só não quero que ela sofra.
- Acho que deveria se preocupar mais com sua namorada.
- Por que está dizendo isso? - Pedro não entende.
- Não nada.
- Vamos ficar fofocando feito meninas ou tocar? - Danilo brinca.

     Finalmente, chega a noite do tão esperado baile de sábado a noite, as meninas se arrumam na casa dos James ...

- Que arraso, amiga! - Mari fala vendo Sam saindo do banheiro com a make pronta.
- Te digo mesmo! Cadê a Kate? - James entra no quarto usando um colar lindo com uma pedra azul  e um vestido branco de renda.
- Aqui!
- Você está maravilhosa!
- Valeu, Sam. - as duas sorriem uma pra outra.
- Esse colar é simplismente perfeito. - Mari comenta vidrada no colar.
- Minha mãe acabou de me dar. Era da mãe do meu pai. - os olhos dela se enchem de lágrimas. - Fazia muito tempo que eu e minha mãe não nos entendíamos, foi legal ve-la baixando a guarda...
- Fico muito feliz por você, amiga. Ficamos! - Sam fala e Mari concorda com um gesto de cabeça.
- Sabe, é tão bom ouvir isso de você, Samantha. Eu cheguei aqui perdida, sempre mudando de escola, nenhuma amiga ou amigo, somente o Kaio, e pra ele era o mesmo. E então vocês duas me acolharam tão bem, tudo bem que a Mari no início queria me matar. - as três sorriem lembrando do ínicio das aulas. - Foi passando o tempo e a Mari e eu nos tornamos inseparáveis, e então meu lado ciumenta tomou conta de mim, e eu estraguei tudo que poderia ter com o Pedro e com você. Me desculpa.
- Me desculpa você, eu surtei.
- Surtamos então. - elas riem novamente.
- Mas que bom que soubemos refazer a amizade, e te agradeço por ter me dado essa oportunidade. Por que você é uma amiga incrível, o Pedro sempre teve razão sobre você. Agora eu entendo porque ele te admira tanto. Você ainda é apaixonada por ele, mas apoia nós dois juntos, e eu não sei se saberia fazer isso. - Sam se assusta.
- Não sou mais...
- Não negue, dá pra ver no seu olhar. - sorri sem mostrar os dentes. - Eu aprendi a fazer o mesmo.
- Como assim? - Mari não entende.
- O Pedro e eu estamos ótimos, mas eu sei que ele está confuso, e nossos pais estão se entendendo bem, o senhor Daves faz muito bem pra minha mãe, nunca a vi tão feliz desde o meu pai. E por tudo isso, eu terminei o namoro, eu amo ele, e como amo, mas quero ele inteiro, se for pra ser, voltaremos, mas se não for, talvez ele te encontre, e eu quero que saiba que não quero que nossa amizade se desfaça por isso, pode ser?
- Não sei nem o que dizer. - Sam ainda assimilava as palavras da amiga. - Como você amadureceu nesses últimos meses.
- O que posso dizer... Meu pai por perto, era tudo que eu precisava. - Mari abraças as duas amigas.
- Um dia quero ser como vocês duas! - então elas caem na gargalhada juntas.

    Nos Cohen os meninos se arrumavam...

- Não acredito que não teve coragem pra chamar a Mari. - Matheus comenta indgnado.
- Você já gostou de alguém tão especial que o risco de fazer qualquer merda te assustasse?
- Da sua irmã. - ele responde rapidamente lembrando de momentos ao lado dela.
- Hoje a noite é pra amizade e não pra um lance ou romance! - Pedro afirma, e os garotos concordam.
- Ué, espera, você vai com a sua namorada, nós que não! - Danilo fala não entendo o porque do amigo ter dito aquilo.
- Estou solteiro. A Kate terminou comigo. - Kaio é o único a não estar surpreso, pois sua irmã havia lhe contado.
- Cara, você está bem? - Matheus se preocupa com o primo.
- Ah, não 100%, mas estou bem. Ela me disse que temos a oportunidade de volta.
- Ué, peraí, não entendi então!
- Muito menos eu. - Danilo concorda com Matheus.
- Ela ama ele, mas ela não sabe se ele ama ela ou a Sam. Mas, nós sabemos que a Sam também ama ele. - os dois garotos que estavam por fora do assunto fica assustados com a revelação de Kaio.
- Foi por isso também que você e a minha irmã terminaram?
- Não. Eu e ela demos apenas um beijo, e descobrimos que somos amigos, somente isso. Fingimos namorar porque eu pedi pra ela. - agora Pedro que se surpreende. - Ela é uma amiga maravilhosa, minha pessoa favorita, mas como amiga.
- E por que pediu isso pra ela? - Matheus se interessa.
- A Larissa queria que eu beijasse o Anthony. Fiquei com medo, receio, sei lá. - dá de ombros.
- Acho que então hoje é mesmo dia de vivermos o lado amizade e esquecer um pouco dos lances e romances! - Danilo afirma finalizando o assunto, Pedro continuou parado por alguns instantes pensativo, confuso e talvez até perdido.

     Todos eles estavam sem pares, mas não sozinhos, pois estavam todos juntos, até mesmo Anthony que não sabia se devia dar outra chance para Júlio.

- Está muito elegante! - Kaio elogia, e o sorriso de Anthony aparece em seu rosto espontaneamente.
- Obrigado, você também. Ansioso pra apresentação amanhã?
- Um pouco nervoso.
- Eu também. - sorri sem graça.
- Achei que viria com o Júlio.
- Não, eu não sei se devo dar outra chance.
- Por quê? - o coração de Kaio se acelera com medo da resposta que Anthony pudesse dar, mas ele sorri sereno e lhe responde.
- Tem uma pessoa que mexe muito com o meu coração, e não é ele.
- Quem é então? - Kaio pergunta involuntariamente rápido.
- Não sei se devo contar, talvez eu só esteja confundindo as coisas. - Anthony recua com medo de estar enganado sobre o que pensava estar rolando entre ele e Kaio.
- Eu vivo com medo, e estou um pouco cansado disso, talvez você seja mais forte que eu, ou melhor eu sei que você é mais forte que eu, pode enfrentar qualquer coisa. Te admiro muito.
- Me admira? - sorri contente pelo elogio.
- Assumir que gosta de garotos, ser você sem medo do que vão pensar sobre você. Eu não tenho essa coragem.
- Você não é quem é? - questiona um pouco confuso.
- Acho que nem comigo mesmo. - Anthony se aproxima e pega na mão de Kaio, o olha nos olhos.
- Não se pressione, tudo tem sua hora, e seu momento. Se está tão confuso com quem é, é porque precisa de mais tempo para saber. - Kaio sorri ao ouvir o conselho. - Pode contar comigo sempre, você é muito especial pra mim. - beija a bochecha dele devagar, os olhos dos dois se fecham e os coração se aceleram, Kaio toma coragem e cochicha no ouvido do amigo.
- Não saberia dizer o quanto você mudou minha forma de ver o mundo. - solta as mãos se encarando, Anthony com os olhos arregalados por estar surpreso, e Kaio sorrindo aliviado por dizer algo que há tempo queria dizer depois se afasta indo ao encontro da irmã, em seguida Mari se aproxima de Anthony.
- O que houve aqui?
- Sinceramente ainda não sei, só espero não estar entendendo tudo errado.
- Estou torcendo por você. - Mari abraça o amigo. - Mas, hoje é dia da amizade e você vai se divertir com nossos amigos.
- Não precisa nem pedir duas vezes.

    Todos eles dançam juntos, brincando, curtindo o momento, o qual vai ficar marcado pra sempre em suas memórias, é hora de se descobrir, hora de amadurecer, de decidir as futuras profissões, hora de aproveitar o pouco que lhe restavam da adolescência. Naquela noite encontram uma resposta pra algumas dúvidas: amizade tem que valer mais que um lance, e até mesmo que um romance. E que a verdade é sempre o melhor caminho para qualquer situação. Que noite incrível tiveram, e terminaram todos abraçados sorrindo um para o outro, pulando comemorando a dádiva de um baile no sábado a noite. No dia seguinte a tarde era apresentação da peça vencedora e da final do concurso de bandas do colégio, os pais foram convidados...

- Boa tarde, Raquel. - Gil cumprimenta um tanto constrangido.
- Boa tarde, Gil, como você está?
- Muito bem e você?
- Também. Tudo bem a Kate e o Kaio dormirem lá em casa hoje?
- A Verônica estará?
- Não, estou indo com calma quanto a isso, somente quando você concordar que é a hora.
- Obrigada.
- Rah, somos amigos há muitos anos, eu amo você, só não mais como esposa, e isso faz tempo para nós dois, não é mesmo?
- Eu pedi que continuassemos fingindo ser casados mesmo não sendo, porque pra mim era muito difícil aceitar que não demos certo.
- Nós demos certo, enquanto durou, e foi ótimo. - sorri sincero.
- Eu ainda te amava quando fizemos aquele trato, eu ainda te amava quando conheceu a Verônica.
- E por que não me disse?
- Por que não queria deixar de ser sua melhor amiga, e achei que você precisasse ter outro relacionamento pra perceber que sentia falta do nosso.
- Me desculpa por não ter acontecido como você esperarva.
- Não tem que se desculpar de nada, você agiu com honestidade e sinceridade durante todo o trajeto. Eu é que peço desculpa. Agi como uma esposa traída e nós sabemos que não foi nem de perto isso.
- Mesmo assim eu te entendo. - ele diz sincero e a abraça. - Eu sinto muita falta da minha amiga. E a Verônica sabe que não abro mão de você jamais. - se soltam do abraço e Raquel sorri.
- Bom saber. - Kate e Kaio se aproximam abraçando o pai e a mãe.
- Vocês vieram! - Kaio comemora.
- Não perderíamos por nada. - Gil afirma.
- Está tudo bem entre vocês? - Kate percebe um clima diferente no ar e pergunta.
- Sim, filha. Seu pai e eu fizemos as pazes da nossa amizade. - Kate e Kaio se olham extremamente contentes.

       Enquanto isso no outro canto do pátio os Cohen e Daves  conversam...

- Acho que vou vomitar! - Sam diz com cara de enjoada, Danilo brinca.
- Vomita antes de subir no palco, se não o pessoal vai te lixar. - dá risada junto com Pedro e Matheus, mas a senhora Cohen o repreende.
- Filho, apoia sua irmã!
- Vai dar tudo certo, Samantha, você é talentosa.
- Obrigada, tio Mário.
- Despulpa o atraso, cheguei. - pai de Matheus, Liu, se aproxima.
- Está na hora, pai! - Matheus abraça o pai, e depois Liu cumprimenta o restante do pessoal.
- Sam... - Pedro se aproxima da amiga. - Eu vou estar com você, fica tranquila.
- Ain, medo do palco. - ele segura em sua mão e a encara.
- Olha pra mim e esquece das outras pessoas.
- Talvez isso funcione. - ela pensa na ideia e ele sorri.
- Vai funcionar. Se não funcionar encontra alguém que confie e encare.
- Você é essa pessoa. - ele sorri sem graça, e Matheus a abraça forte interrompendo.
- Você vai arrebentar! - ela cai na gargalhada, e Pedro também.
- Maluco!
- Cara Princesa, só estou animado!
- Obrigada pela força!
- Sempre.  - pisca pra ela, e Danilo se aproxima.
- Maninha, estamos todos juntos nessa. - abraça ela.
- Com vocês ao meu lado como sentir medo? - Matheus coloca uma mão a frente da rodinha deles.
- Um por todos! - os três olhando achando graça, mas colocam a mão em cima da dele.
- E todos por um! - os quatro gritam, e os pais sorriem.
- Que falta ele faz. - Mário encara Mel Cohen.
- Sempre fará, né? - ela sorri.
- Estaria orgulhoso das nossas crianças.
- Tenho certeza. - segura a mão dela. - Não acha que devia se deixar ser feliz também?
- Talvez tenha razão, mas ainda não sei. - Liu entra entre os dois apoiando os braços nos dois.
- Adoro ver o Matheus com seus primos. - Mel o olha confusa. - Que? Pra mim seus filhos são praticamente meus sobrinhos. - ela ri.
- Cadê sua esposa, Liu?
- Hum... Por aí com algum jardineiro.
- Nossa! Sinto muito.
- Não sinta. Pelo ela não fugiu, o que na família Daves já é um privilégio. - Mel olha sem entender para os irmãos Daves, até que Mário resolve explicar.
- Nossa bisavó fugiu com um índio, nossa avó fugiu até hoje não sabemos bem o por que, nossa mãe fugiu com o pai da nossa irmã mais nova e a deixou para nosso pai criar, e por fim minha esposa fugiu quando o Pedro tinha poucos anos de idade, mas essa parte da história você conhece.
- Meu Deus! Vocês precisam mudar esse fluxo!

     Em outro canto do pátio...
- Que roupa é essa garota? -  o senhor Lorenzato fala alto e Mari se envergonha.
- Pai, por favor, fala mais baixo. Minha roupa está normal.
- Que normal o que? Está ridícula!
- Benhê, ela está com a roupa que sua mãe deu pra ela.
- Minha mãe é uma louca, vai tirar isso! - grita e as pessoas em volta olham pra eles.
- Pai, não dá tempo de voltar pra casa. - Mari tenta amenizar a situação falando baixo.
- Fique longe de mim então! - tropeça quase caí. - Eu vou pegar uma cerveja pra mim.
- Benhê, não tem cerveja, é um evento escolar. - encosta a mão no braço dele na tentativa de acalma-lo.
- Não encosta em mim! - grita bem alto se afastando da esposa. Todos olham e Danilo que passava próximo vê a cena.
- Pai, vai pra casa por favor.
- Está me mandando embora? Eu sou seu pai, Mariana! Vou ficar, você que devia ir embora, está ridícula! - Danilo se aproxima de Mari que já está com os olhos cheios de lágrimas.
- Tudo bem aqui?
-  Quem é esse rapaz?
- Olá, senhor Lorenzato, eu sou Danilo Cohen. - estende a mão para cumprimentar, mas o pai dela quase caí novamente.
- Irmão da Samantha. Ah! Saudades dela, ótima menina!
- Realmente! Como sua filha também. - Danilo fala de forma serena. - Esse evento está caído, nenhuma cervejinha!
- Exatamente! Alguém que me entende.
- Se eu fosse o senhor ia pra casa, por que aqui vai demorar!
- Acho que vou seguir seu conselho! - toca no ombro de Danilo saindo com a esposa ao seu alcance. Assim que se retiram Mariana chora no ombro do amigo que a abraça tentando consola-la.
- Obrigada.
- Não tem que agradecer. - Samantha se aproxima.
- Ain, que vergonha!
- Mari, está tudo bem? - ela tira o rosto do ombro de Danilo e olha amiga.
- Está sim. - enxuga as lágrimas.
- O tio bebeu muito de novo? - Mari não sabe o que dizer, e Danilo responde por ela.
- Melhor vocês conversarem disso com mais tempo.
- Ok, mas vamos conversar, quero te ajudar, Má!
- Está bem. - os três caminham abraçados para frente do palco, assim como todos.

    Um pouco antes da final do concurso de bandas, Larissa chama Matheus pra conversar...

- Está tudo bem? - ele estranha os olhos dela vermelhos.
- Chorei um pouco, mas está tudo bem.
- Tem certeza? - acaricia o rosto dela de leve carinhosamente.
- Esse nosso lance, ... - respira fundo e volta a falar. - Eu sei que você não quer nada sério, mas eu mudei um pouco, ...
- Mudou? - arqueia a sobrancelha.
- Eu quero te namorar, quem sabe um dia me casar contigo. - ele arregala os olhos assustado. - Calma, um dia quem sabe, o que quero dizer é que estou apaixonada por você.
- Lari, você é linda, eu adoro passar o tempo contigo, mas...
- Gosta da Cohen.
- Não é isso. Quero curtir a vida, conhecer pessoas, aproveitar a adolescência, e também focar um pouco na escola no ano que vem, tenho levado muito no fluxo, e quase fiquei de recuperação.
- Então, acho melhor sermos amigos.
- Se prefere dessa forma, tudo bem. Amigos. - estende a mão e ela o cumprimenta.
- Sem benefícios. - ele ri junto com ela.
- Agora me conta, por que estava chorando?
- Era por isso, mas já passou.
- Eu te conheço, não era isso. Me fala. - segura a mão dela.
- Eu mudei bastante nesses últimos meses porque tive um bom motivo. - ele a observa e ela olha pra baixo tímida. - Eu tenho câncer de tireoide.
- O que? Como assim? - ele fica chocado.
- Na verdade, até então era uma suspeita, mas hoje o médico deu o diagnóstico.
- Por que não me contou?
- Não quero que fique comigo por dó. - Matheus a abraça.
- Pode contar comigo.
- Não conta pra ninguém, pode ser?
- Não vou contar. - ficam abraçados até que o diretor chama a banda ao palco, ele beija sua testa e sobe para apresentar.

        (escutem esse link para sentir a sintonia da música de Pedro e Samantha:                    https://www.youtube.com/watch?v=GvLb31QUb_E&list=RDGvLb31QUb_E&t=14)

      A música do dueto era linda, tocou a platéia e ao mesmo tempo animou todos com muita leveza, a sintonia de Sam e Pedro era nítida, a banda estava totalmente no mesmo clima, a galera se arrepeiou com a apresentação,  os olhares dos vocalistas eram impressionantemente intensos e expressivos, depois deles outras três bandas se apresentaram. O diretor contou que anunciaria a banda vendora após o teatro...

- Amor, olha que filme bacana! - Anthony entra de braços dados com Kaio no palco dizendo sua primeira fala.
- Vamos assistir, então! - Kaio beija o rosto de Anthony, e Larissa se aproxima por trás deles.
- Aqui é um ambiente público, viu? - os dois viram-se pra ela.
- O que quer dizer? - Anthony questiona.
- Que essa demonstração de afeto pode ser feita na casa de você, meu querido.
- Não fizemos nada demais! - Kaio argumenta indignado e Larissa começa a rir.
- Você acha normal as crianças, outras pessoas, idosos verem vocês assim?
- Desculpa, queridinha, pode se rmais específica, porque não estou te entendendo.
- Muito simples, sua biba tapada! Não sou obrigada a ver vocês de mão dadas, se beijando. - fala grosseiramente, e Kaio a empurra de leve.
- Andar de mão dada é algo normal!
- Para um homem e uma mulher.
- Para qualquer um! - Anthony segura Kaio que encena estar muito bravo, furioso.
- Cai na real, vocês se tocando é bizarro! São aberrações!
- Aberração é.... - Kaio parte pra cima, mas Anthony segura e ela cai no chão.
- Meu marido está chegando e vai arrebentar vocês dois, quem sabe assim não viram homens! - Anthony começa chorar desesperado com a situação.
- Você é muito preconceituosa! - Kaio fala olhando-a nos olhos.
- Se eu perguntar pra qualquer um aqui dúvido que vão querer filme ao lado de vocês.
- Também não é assim. -  as vozes que gravaram no rádio começa a soar representando outras pessoas na cena. - Vão embora!
- Vamos pra casa, amor. - Anhtony puxa Kaio para longe de Larissa.
- Que absurdo ficarem se agarrando no meio do shopping. - pega o celular.  - Nossa, cadê o José? Que demora pra estacionar.
- Alguns dias depois no mesmo cinema. - Kaio fala com um cartaz escrito o mesmo.
- Ai, amiga, esse filme vai ser ótimo. - Larissa de braços dados  com Kate.
- Vamos ver, então.
- Amiga, obrigada por estar me apoiando, essa situação com o José, nossa...
- Eu sempre estarei contigo. O José foi um cafajeste, nem acredito que arrumou outra.
- Pois é, ainda bem que tenho você. - beija o rosto da amiga, Kaio se aproxima atrás delas.
- Será que dá para demonstrarem afeto em casa, que horror!
- O que? - Larissa encena que não entende.
- Ninguém aqui é obrigado a ver essa cena lesbiana.
- Não somos lésbicas.
- Magina! E eu sou o papa, se assumam!
- Seu ridículo! E mesmo que eu fosse o que você tem a ver com a minha vida? - Kate questiona.
- Eu nada, por isso mesmo que não quero ver. - Larissa se mantem calada olhando para o público. - Apesar que se quiserem ir lá pra casa eu não me importaria! - abraça Kate que o empurra.
- Seu nojento, vamos embora, amiga. - puxa Larissa. - Você está legal?
- Não, acho que tive uma atitude muito parecida semana passada.
- Como assim?
- Fui grosseira com duas bichinhas.
- Por quê?
- Não sei bem, mas passando por algo semelhante mesmo não sendo, sei lá, mexeu comigo. - olha pra platéia e caminha próximo. - A regra do respeito é simples: não faça ao outro o que não gostaria que fizesse contigo, não é preciso aceitar ou achar bonito, no entanto qualquer tipo de agressão com certeza não deve e não é normal ! - Kaio entra de mão dadas com Anthony, para ao meio e se abraçam romanticamente e continuam assim enquanto Larissa fala. - Qualquer tipo de amor deve ser levado em consideração! - os dois soltam-se do abraço e se olham fixamente ainda bem próximos por alguns segundos, se aproximam mais com os corações acelerados, Kaio quase encosta os lábios, mas beija a bochecha.

    Todos na platéia estranham, mas acreditam ser parte da peça, Larissa e Kate se entreolham sem entender, a senhora Raquel e o senhor Gil se olham preocupados notando que aquele final não era parte da encenação. O diretor entra no palco e anuncia a banda dos meninos como vencedora e eles sobem ao palco comemorando com o grito da galera ao fundo.
    Kaio e Kate foram dormir no pai, mas de uma maneira estranha nenhum dos três ocnseguiam pensar em algo pra falar, pois a única ocisa que lhes passavam na cabeça era o quase beijo de Kaio e Anthony...
- Querem pizza? - pergunta entrando em casa.
- Pode ser. - Kate responde e Kaio nem escuta.
- Beleza. Você liga, filha? - Kate confirma e se retira indo até o telefone da cozinha. - Filho.
- Fala, pai.
- A peça foi excelente, eu realmente acreditei que era real.
- O Anthony é mesmo um excelente ator. - fala sem nem olhar o pai.
- Estava falando de você. - Kaio o encara.
- Obrigado. Vou tomar um banho, hoje estava muito quente. - se levanta subindo as escadas e o pai fica sentado no sofá ainda confuso.

        ENFIM É NATAL... A família James é convidada a passar nos Daves assim como os Cohen, uma grande ceia, os adultos dano-se muito bem, e os jovens sentados no sofá da sala jogando vídeo game.

- Com quem tanto fala nesse celular, Matheus? - Pedro pergunta.
- Com as crush! - brinca, e Samantha pega o celular de sua mão rápido e lê a mensagem. - EI! Dá aqui!. - puxa da mão dela de volta bravo, todos estranham, pois não o veem praticamente nunca bravo, mas resolveram deixar pra lá, e Sam que havia lido a mensagem de Larissa pra ele acha melhor não falar nada.
- Sua vez Kate. - Pedro avisa, e ela pega o controle do video game com o Danilo.
- Vocês Daves tem uma tradição tão boba. - Sam reclama.
- Ué, por quê? - Pedro pergunta ja rindo, pois sabia o que ela diria.
- Estou faminta, pra que esperar até meia noite? - Kaio a abraça de lado.
- Mocréia linda, para de ser esfomeada, já é quase meia noite. - ela sorri, e o beija no rosto.
- Posso esperar cinco minutos, vai.
- Crianças, venham, vamos contar, falta pouco. - Liu os chamam animado, e todos caminha até a mesa da ceia. - Todos aqui?
- Peraí, paizão. Cheguei! - Matheus se aproxima com pressa.
- Vamos agradecer por mais um ano abençoado, por toda essa comida, pelos novos amigos, pela conservação dos antigos, e por Jesus ter caminhado junto a nós durante todo o ano. - Mário agradece. - Por isso em agradecimento vamos proferir a oração... - todos oram o pai nosso e em seguida conta até dar meia noite, võa se abraçando e cumprimentando dando feliz natal. Sentam-se para comer, e então a campainha toca, Pedro vai atender.
- Mari? - ele se assusta em vê-la, não somente por ser estranho ela em sua porta no natal, mas pelo estado em que ela estava.
- Eu preciso do Danilo. - seus olhos estava inundados de lágrimas, Pedro olha pra Danilo que sem entender vai até a porta.
- O que foi? - vê Mari. - O que aconteceu? Entra.
- Não posso, não quero que ninguém me veja assim. - Os dois meninos se olham pensando no que fazer.
- Quem é, filho?  - Mário questiona.
- Um senhor pedindo leite. Vou buscar. - Pedro responde o pai e cochicha pra Mari. - Pelos fundos. - fecha a porta . - Dan, ela quer você, vai lá. - Danilo corre para os fundos sem que ninguém perceba seu sumiço.
- Ué, não vai buscar o leite? - Sam pergunta vendo Pedro parado feito estátua no meio da sala.
- Oi? - se faz de distraído. - Que fome! - volta para a mesa.

   Na garagem....

- Mari! - ela corre para seus braços chorando. - Me conta o que aconteceu?
- Meu pai. - se encaram. - Ele me bateu. - acaricia o rosto dela.
- Ele quem fez isso com seu olho?
- Sim, e também... - levanta a blusa mostrando as costas com marcar e pedaços de vidro, ele observa assustado.
- Temos que te levar ao hospital.
- Não! - se afasta um pouco.
- Ok, o que quer fazer então? - tenta fazê-la se sentir segura.




CONTINUAAAAAA.....



ATÉ 2018, UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO!